Caminhoneiros de Mato Grosso planejam um movimento grevista a partir das 12 horas desta sexta-feira (17). A mobilização, que conta com o apoio de fazendeiros, é arquitetada após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o bloqueio de contas de 42 empresas e empresários do estado, suspeitos de financiar manifestações contra resultado das urnas nas eleições de outubro.
Nas gravações recebidas pela Gazeta Digital, um dos apoiadores dos atos orienta que os manifestantes permaneçam resistentes à mobilização, mesmo que seja necessário “apanhar e levar bala de borracha” ou entrar em conflito com as Forças Armadas.
“Nós vamos pra rua. Se precisar levar borrachada no lombo, nós vamos levar. A borrachada vai doer menos do que a gente ver nossos filhos passar fome. Aqueles fazendeiros que têm propriedade na beira da rodovia, coloca uma plantadeira ou um subsolador, vamos pegar e bloquear tudo. Tem que ser em vários pontos pra parar mesmo. Vamos apanhar do exército, da marinha, do que for, que venha tudo. Vamos guerrear com as Forças Armadas (sic)”, disse.
Outro manifestante orienta que os motoristas e comerciantes paralisem as atividades a partir do meio dia e procurem algum local para se abrigar durante a mobilização. O mesmo cidadão sugere que os protestantes derramem carga de aterro em pontes para fechar as estradas.
A ideia é respaldada por outro apoiador que defende “abrir um buraco na pista pra ninguém passar”. O ato é programado para Campo Novo do Parecis (400,7 km de Cuiabá).
“Quem tiver mais acesso às redes sociais de transportadora, eu também já vou colocar nas que eu tenho aqui. Avisa aí para os caras ó, hoje é dia 17, amanhã a partir do dia 18, meio dia, ninguém roda mais. Quem não quiser ter prejuízo financeiro, manda os motoristas encostarem em pátio de posto, garagem, qualquer lugar. Não vai rodar mais e é igual você falou: duas, 3 carga de terra encima da ponte resolve todo o problema ( sic)”, diz.
Em outro áudio, manifestante afirma que o “trem vai pegar fogo” em Lucas do Rio Verde (332 km de Cuiabá), cidade que concentra grande fatia do eleitorado do presidente derrotado Jair Messias Bolsonaro (PL).
“Vocês fiquem ‘veaco’ ai que amanhã aqui em Lucas é para trancar tudo. Quem carregou ou tiver que descarregar fica ligado porque o trem vai comer aqui. O trem tá ficando louco aqui, eu estou no grupo de empresário aqui de Lucas, todo mundo está revoltado, amanhã o trem vai pegar fogo aqui de novo (sic)”, diz.
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