Um grupo formado por cientistas de vários países conseguiu identificar dois planetas com grandes possibilidades de abrigar vida. Isso porque eles possuem climas temperados, semelhantes aos da Terra, e podem conter água líquida na superfície.
Quase 200 astrônomos de 11 países assinam o estudo, para o qual foram necessárias 240 observações durante três anos com o instrumento Carmenes, no Observatório Astronômico de Calar Alto, na província de Almería (sul da Espanha), além de instalações complementares de menor tamanho.
Os pesquisadores utilizaram vários telescópios e um espectrógrafo para estudar a estrela de Teegarden, uma anã vermelha fria que está localizada a 12,5 anos-luz do Sistema Solar. Em entrevista à agência de notícias Efe, o diretor do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha e coautor do estudo, Ignasi Ribas, disse:
Teegarden só tem 8% da massa do Sol. É muito mais pequena e menos brilhante. Apesar de estar tão perto da Terra, só foi descoberta em 2003.

Segundo os pesquisadores, Teegarden é uma estrela que arde a 2.600 graus, menos de metade dos 5.500 graus do Sol. Ela também tem dez vezes menos massa e a emissão de energia é 1.500 vezes mais fraca.
Porém, os planetas em questão não são diretamente observáveis e só foram descobertos porque quando orbitam uma estrela, a atração gravitacional faz com que esta também se aproxime e afaste, podendo deduzir-se que existe um planeta.
Os dois planetas foram batizados como Teegarden B e C. O primeiro tem uma massa semelhante a da Terra e uma órbita de 4,9 dias, enquanto o segundo demora 11,4 dias a completar uma órbita, que no caso da Terra corresponderia a um ano. Ignasi Ribas acrescentou:
Teegarden B recebe cerca de 10% mais luz que a que a Terra recebe do Sol, por isso pensamos que talvez seja quente demais e não tenha água, mas é especulação, porque há aspetos dos sistemas climáticos que desconhecemos e poderiam permitir a existência de água líquida
Já o planeta C tem uma temperatura à superfície entre zero e cinco graus, por isso poderia ter água. Os pesquisadores admitem que possam existir mais planetas no mesmo sistema e aguardam poder contar com os telescópios gigantes previstos para a próxima década, que poderão permitir recolher imagens diretas dos planetas e estrelas.

























