Depois de passar mais de 10 horas dando explicações aos deputados e senadores norte-americanos, Mark Zuckerberg, o presidente-executivo do Facebook, irá ao Parlamento Europeu nesta terça-feira para esclarecer como a rede social trata os dados de seus usuários e qual é o impacto de seu funcionamento sobre o processo eleitoral entre os 28 países da União Europeia.
O presidente do Facebook falará diante dos principais líderes do corpo legislativo do bloco europeu pela primeira vez. Ele encontrará os integrantes do Comitê de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Domésticos, alguns chefes políticos e o presidente da Casa, Antonio Tajani, que afirmou:
Eu considero muito positivo que o fundador do Facebook tenha aceitado nosso convite para vir em pessoa encontrar os representantes de 500 milhões de europeus. Isso sinaliza respeito pelos legisladores do maior mercado do mundo.

A maior rede social do mundo passa por um forte escrutínio em relação à forma como lida com dados pessoais desde que foi revelado como a consultoria britânica Cambridge Analytica acessou indevidamente os dados de 87 milhões de usuários. Com essas informações em mãos, a firma, que trabalhava para a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016, criou mecanismos para rastrear o posicionamento político dessas pessoas e conseguir mudá-lo.
Tajanji pontuou, em nota:
A prioridade do Parlamento é assegurar o funcionamento apropriado do mercado digital, com um alto nível de proteção dos dados pessoais, regras efetivas de direitos autorais e proteção do direito dos consumidores. Gigantes da web devem ser responsáveis pelo conteúdo que publicam, incluindo aqueles que descaradamente sejam notícias falsas e conteúdo ilegal.
Após o escândalo do acesso indevido de dados vir à tona, a Cambridge Analytica perdeu clientes e foi forçada a pedir falência. Já o Facebook vem enfrentando uma onda de ceticismo sobre como faz valer suas regras de privacidade junto a parceiros que usam a rede para distribuir conteúdo.
Em abril, Zuckerberg foi ao Senado e no dia seguinte à Câmara dos Estados Unidos. Os questionamentos dos congressistas norte-americanos giraram em torno de como a rede social garante que seus usuários não tenham informações usadas para manipulá-los. Zuckerberg afirmou:
Esse episódio (Cambridge Analytica) claramente nos machucou e evidentemente tornou mais difícil para nós alcançarmos nossa missão social. Nós agora temos muito trabalho para reconstruir a confiança.





























