O empresário Alan Malouf, um dos quatro réus na operação Rêmora, voltou a afirmar que o esquema de fraudes em licitação na Educação de Mato Grosso teve como objetivo final quitar dívidas de campanha do PSDB. O delator citou novamente o ex-deputado federal Nilson Leitão e o ex-governador Pedro Taques.
Durante o depoimento para juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, na última segunda-feira (19), o empresário afirmou que:
Na divisão da propina, eram os que mais tinham direito e recebiam, Permínio que representava o Nilson Leitão, ele dividia os 25% com o Leitão, eu (Alan) que representava o Pedro (Taques), e o Guilherme Maluf que era deputado estadual.
O empresário foi o primeiro a depor. Em seguida, foi à vez do ex-secretário estadual de Educação (Seduc), Permínio Pinto Filho, o terceiro depoimento foi o do ex- assessor, Fábio Frigeri e o servidor efetivo da Seduc, Wander Luiz dos Reis, também foi ouvido.
Alan Malouf reafirmou ainda que o ex-governador Pedro Taques sabia de todo o esquema, inclusive o da Seduc. Segundo ele, parte dos recursos serviram para pagar dívidas da campanha e o restante, cerca de R$ 1, 4 milhões “foi para o bolso do deputado Nilson Leitão”, por meio de um cheque.
Operação Rêmora
Deflagrada em maio de 2016, a Operação Rêmora investigou fraudes nos processos licitatórios da Seduc realizado a partir de outubro de 2015. Segundo as investigações pelo menos, 23 obras de construção e/ou reforma de escolas públicas foram fraudadas, no Estado. O valor das obras é de R$ 56 milhões.
Já foi comprovado que após o pagamento, por parte da Seduc, aos empreiteiros o um percentual que, inicialmente, de 5%, depois de 3%, era devolvido. O empresário Giovani Belatto Guizardi era o arrecadador da propina dividida pela organização criminosa.
O empresário foi o primeiro a fechar acordo de colaboração premiada na Rêmora. Ele citou a participação do ex-secretário Permínio Pinto, além de ter indicado que o ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e o ex-deputado e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Guilherme Maluf (ex-PSDB), teriam sido beneficiados com parte das propinas pagas pelos empresários.



























