Em missão autorizada pela Câmara, o pré-candidato à Presidência e deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) esteve na semana passada na Ásia para “trazer ensinamentos, olhar e ver como é que é” o sistema educacional de três países.
Enquanto participava da viagem, o presidenciável usou suas redes sociais para divulgar vídeos e fotos em tom de campanha que relatavam suas viagens pelo Japão, Coreia do Sul e Taiwan.
Questionado sobre se aproveitou a missão oficial para fazer campanha, Bolsonaro respondeu:
“O parlamentar, em qualquer lugar que ele está, não deixa de estar se promovendo. Isso é automático. Assim como quando está num local inadequado, ele faz uma campanha contra ele. Nós, parlamentares, queremos ser reconhecidos pelo lado positivo”.
Sentado ao lado de outros deputados que integraram a comitiva atrás de uma mesa coberta por bandeiras do Brasil em Taiwan, na última sexta-feira (2), ele discursou para membros da comunidade brasileira que vive no país sobre os planos de governo caso seja eleito. “Com exemplo, [a gente] chega lá. Ninguém governa sozinho. Não existe salvador da pátria”, afirmou Bolsonaro. O encontro foi transmitido ao vivo pelo Facebook.
A viagem ocorreu entre os dias 22 de fevereiro e 3 de março. As ausências do deputado nas três votações em plenário nesse período foram consideradas justificadas. Por isso, não houve desconto no salário dele, como acontece em caso de faltas sem justificativa. Segundo a assessoria da Presidência da Câmara, que autorizou a ida dos deputados, a missão dos deputados transcorreu “sem ônus” para a Casa.
Os parlamentares, por sua vez, informaram que custearam toda a viagem, que foi organizada por Onyx Lorenzoni (DEM-RS), amigo de Bolsonaro e coordenador informal de seu programa de governo. Além dele, também participou o deputado Luiz Nishimori (PR-PR), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Japão, da Câmara.
As missões oficiais devem ser autorizadas “para o cumprimento de deveres inerentes ao mandato que exercem na Câmara dos Deputados”. Após as viagens, os parlamentares têm 15 dias para entregar um relatório comprovando “o interesse público inerente” a elas. O gabinete de Lorenzoni informou que o documento está sendo formulado e seria disponibilizado em breve no sistema da Casa.

























