A maquiadora Cleia Rosa dos Santos Bueno, de 37 anos e mais conhecida como Viúva Negra, foi condenada a 44 anos e nove meses de prisão. A decisão se deu no terceiro dia do júri popular de Cleia, onde a maioria dos jurados entendeu que ela realmente encomendou a morte do marido Jandirlei Alves Bueno em 2016. A mulher também foi condenada por contratar dois homens para matar o amante, Adriano Gino, no ano seguinte.
Pela morte do marido, Cleia foi condenada por homicídio qualificado cometido por motivo fútil mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e de maneira cruel. Pela morte de Gino, a condenação foi a mesma, acrescentando que o motivo do crime foi esconder o crime anterior e garantir a impunidade. Além disso, também foi condenada pela ocultação do cadáver do amante.

Os irmãos José Graciliano dos Santos e Adriano dos Santos, contratados por Cleia para matarem o amante e que confessaram o crime, também foram condenados. José deverá cumprir pena de 16 anos e sete meses em regime fechado. Adriano, por sua vez, deve cumprir 13 anos e seis meses, também em regime fechado.
Os dois acusados, assim como Cleia, ainda podem recorrer da decisão da juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, mas eles já devem começar a cumprir a pena imediatamente. Por esse motivo, continuarão presos.
A maquiadora está presa na cadeia pública de Nortelândia. José Graciliano permanece no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, em Sinop. O irmão também continua no complexo Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
Entenda o caso
Em 2016, Jandirlei Alves Bueno, marido de Cléia, foi esfaqueado em sua residência, no Jardim Florença, durante um assalto. Ele foi encaminha ao Hospital Regional, onde permaneceu internado por quase dois meses. O homem acabou falecendo no dia 12 de dezembro daquele mesmo ano. O fato que chamou a atenção da polícia é que nenhum item foi roubado.

Quase um ano depois, em 23 de dezembro de 2017, Adriano Gino desapareceu. Ele era amante de Cléia na época do assalto que culminou na morte de Jandirlei.
Os polícias suspeitaram do envolvimento de Cléia, uma vez que ela estava ligada a dois crimes com situações incomuns. Após alguns meses de investigação, a Polícia Civil identificou e prendeu José Graciliano e Adriano dos Santos como sendo os executores da morte do amante e, a partir disso, chegaram até Cléia.
A investigação concluiu que Cléia mandou Gino executar seu marido durante o assalto, que não passou de uma simulação. Algum tempo depois, ela passou a ser ameaçada por pelo amante e a solução foi mandar matá-lo também, como uma espécie de queima de arquivo. Então ela ordenou que dois guardas-noturnos, José Graciliano dos Santos e Adriano dos Santos, executassem Gino e se desfizessem do corpo.
Segundo declaração do delegado Ugo Reck de Mendonça, a família do marido já desconfiava do envolvimento de Cléia. Tanto que ela chegou a ser investigada, mas nenhuma prova foi encontrada e as investigações foram interrompidas. Tudo mudou, porém, com o desaparecimento do amante.
Outra equipe voltou a investigação e descobriu que ela estava se relacionando com o amante, suspeito de matar o marido dela. Então, descobrimos que ele também estava morto. Os dois crimes foram motivados por brigas fúteis entre amante e marido. Em relação a morte do marido, (Cléia) se mostrou um pouco arrependia. Já o outro crime (o amante) disse que faria de novo.
Os dois acusados de matar Adriano contaram como o crime ocorreu.
Ela primeiro ofereceu R$ 5 mil, depois ofereceu um carro GM Prisma e nós aceitamos. Ela levou o amante até a casa dela, dopou com comprimidos e nós matamos com golpes de enxada. Depois colocamos no carro e escondemos o corpo.




























