Foragido desde o dia em que a Operação Cupincha foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), no dia 28 de outubro, o empresário Liandro Ventura da Silva se entregou na tarde desta quinta-feira (04.10). Ele é sócio da Cervejaria Cuyabana, estabelecimento alvo da operação.
Ele presta depoimento na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), junto com um advogado, e será encaminhado para a Unidade Prisional.
Conforme as investigações da PF, a cervejaria foi adquirida com dinheiro de desvio de recursos públicos destinados à saúde e servia para lavagem de dinheiro.
Além de Liadro, também é sócia da empresa Joany Costa de Deus, esposa do ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues, que está preso.
A Operação Cupincha foi a segunda fase de Operação Curare, desencadeada no dia 30 de julho. Como se apurou na primeira fase da operação, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.
Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.
A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando à dissimulação dos eventuais beneficiários.
Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de contratos administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.
O nível de aproximação entre as atividades públicas e privadas dos investigados envolveu a aquisição de uma cervejaria artesanal, em que se associaram, de forma oculta, o então servidor público e o proprietário do grupo empresarial investigado.





























