Havia regras no grupo criado pelos criminosos suspeitos de orientar e induzir vítimas ao suicídio e que foi alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Com 16 integrantes, o chat CTBus, catch the bus, expressão em inglês utilizada para se referir ao cometimento de suicídio, mantinha uma espécie de protocolo de ação. Os administradores eram rígidos quanto ao sigilo das informações trocadas entre os participantes.
De acordo com o que foi apurado pelo Metrópoles, integrantes do grupo precisavam seguir determinadas normas quando alguém praticava o suicídio sob orientação de um dos moderadores. A vítima em questão deveria apagar todos contatos e mensagens antes da morte, a fim de livrar os membros do grupo de qualquer responsabilidade relativa à instigação e ao auxílio ao suicídio.
A gamer de 21 anos, que morava no Paranoá e morreu em 3 de fevereiro após ser induzida a ingerir uma substância tóxica, era integrante do grupo. Ela postou mensagens no CTBus pouco antes de ser socorrida pelos pais e morrer duas horas depois, no Hospital Regional do Paranoá. A jovem narrou que estava com taquicardia após ingerir a medicação e tinha um gosto intenso de sal na boca.
Incitação
A jovem do Paranoá não apagou as mensagens trocadas no grupo e possibilitou que a Polícia Civil avançasse nas investigações. Depois de suspeitarem que a vítima havia morrido após ingerir a substância, administradores a removeram do grupo, poucas horas após o óbito.
Antes da morte da gamer, conversas travadas no CTBus indicavam, inclusive, a quantidade da substância associada ao peso que seria suficiente para levar ao resultado morte.
Acusados

Presos pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nessa quarta-feira (29/9), dois moradores de São Paulo, um do Rio de Janeiro e outro de Goiás são suspeitos de fazer instigação ao suicídio.
uas jovens, que residiam no Paranoá, morreram após ingerir substância química indicada pelo grupo. O Metrópoles apurou que Bruno Yudi Oshiro, Danilo Krauss Gonçalves, Ruy Carlos Afonso e Gilberto Denis de Jesus residem na capital paulista, no município de São Roque (SP), Goiás e Rio de Janeiro, respectivamente. Todos são investigados pelo crime.
Oshiro é empresário e dono de uma produtora audiovisual. A microempresa, com capital social de R$ 20 mil, fornece serviços de sonorização e de iluminação, produção musical, fotografia e pós-produção cinematográfica de vídeos e de programas de televisão. Gonçalves é analista financeiro, contábil e fiscal. Nas redes sociais, ele informa que é separado. Gilberto é técnico em eletrotécnica e servidor no Rio de Janeiro. Nos celulares dos dois alvos de São Paulo, os investigadores encontraram conversas com uma das jovens de Brasília.




























