Segundo Dilma Rousseff: “Lula estará nas eleições preso ou solto”

Segundo a ex-presidente, retirar a candidatura do petista seria como assumir que ele é culpado

A ex-presidente Dilma Rousseff declarou, durante o evento Desafios Para a Democracia no Brasil, que retirar a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva seria como assumir que ele é culpado. O evento foi promovido pelo Centro para Estudos Latino-americanos da Universidade de Berkeley, na Califórnia, e aconteceu na noite desta segunda-feira (16).

Dilma também repetiu o que o ex-presidente disse em seu último discurso antes de ser preso, quando Lula afirmou que já não representava mais uma pessoa, mas sim uma ideia:

Ele estará nessa eleição, preso ou solto, morto ou vivo. Isso não é uma bazófia. É a expressão política de que eu não represento uma pessoa, eu represento uma ideia.

Segundo ela, a rejeição a Lula vem caindo nos últimos meses e a ideia seria impedi-lo de conseguir mais apoio pular. Dilma reclamou das condições em que o ex-presidente está detido, na sede da Polícia Federal em Curitiba:

O Lula está preso numa solitária. Não bastaram prender o Lula. Também não querem deixar ele falar. O próprio juiz responsável pelo caso não quer que ele fale. O Lula não pode falar porque ele muda a opinião das pessoas.

Dilma aproveitou o fato para citar mais uma vez a série O Mecanismo, do Netflix, alertando aos presentes de que se tratava de uma peça política de fake news. Descreveu o célebre diálogo em que o senador Romero Jucá (PMDB) fala em “parar a lava jato e estancar a sangria”:

Isso foi gravado a pedido do Procurador-Geral. Está lá na gravação. Mas na série colocaram isso na boca do presidente Lula. Um absurdo.

Dilma Rousseff em Berkeley, na Califórnia (foto: Bruno Ferrari)
Dilma Rousseff em Berkeley, na Califórnia (foto: Bruno Ferrari)

A petista falou sobre o impeachment que sofreu em 2016, classificou o ocorrido como um “golpe parlamentar, midiático, com apoio do judiciário e de parte do sistema financeiro”, fazendo a distinção em relação ao golpe militar de 1964 com uma analogia:

Na ditadura militar, a democracia é cortada com um machado. Neste golpe de 2016, a democracia foi tomada por fungos e parasitas que a corroem por dentro.

Em diversas oportunidades, Dilma atacou a mídia, dizendo ter sido ela uma das principais responsáveis pelo impeachment e pela prisão do ex-presidente Lula ao agir como um órgão de justiça. Afirmou que no Brasil há um oligopólio em que “apenas quatro famílias controlam os principais meios de comunicação no Brasil”.

A petista afirmou que nas manifestações de 2013 havia um descontentamento geral no país e que seu governo considerou as manifestações justas, mas que foi responsabilizado indevidamente por problemas de competência de esferas municipais e estaduais.

O descontentamento era geral, mas a mídia direcionou para o governo federal.

Na conclusão, Dilma adotou um discurso mais conciliador, atentando para os riscos que o enfraquecimento das instituições políticas pode abrir para movimentos extremistas, como o Nazismo e o Fascismo.

A intolerância, porque a política ficou irrelevante, também transforma a democracia em algo irrelevante. Não interessa qual é a nossa posição no espectro. Se somos democratas, não queremos que isso se repita em nossos países.

A palestra é uma de uma série de eventos em Universidades na Europa e nos Estados Unidos em que a ex-presidente pretende, entre outros tópicos, falar sobre o processo de impeachment que sofreu em 2016.

Nesta terça-feira (17), Dilma falará em outra conceituada instituição de ensino da Califórnia, a Universidade Stanford, no coração do vale do Silício.

Dilma Rousseff em Berkeley, na Califórnia (foto: Bruno Ferrari/Folhapress)
Dilma Rousseff em Berkeley, na Califórnia (foto: Bruno Ferrari/Folhapress)

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