A Procuradoria-Geral da República denunciou na última sexta-feira (13) o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. Caso seja condenado, o pré-candidato à Presidência da República poderá cumprir pena de um a três anos de prisão, além de ter que pagar um mínimo de 400 mil reais por danos morais coletivos.
A denúncia cita um evento em um clube do Rio de Janeiro, em abril de 2017, onde Bolsonaro discursou. Na ocasião, ele teria culpado indígenas pela não construção de hidrelétricas em Roraima:
O único rio lá que se poderia fazer três hidrelétricas, o pessoal encheu de índio. Hoje você não pode fazer uma hidrelétrica.
No caso de comunidades quilombolas, Bolsonaro afirmou que eles não fazem nada:
Eu fui em um quilombo em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com eles.
Ao falar sobre mulheres, o deputado citou a própria família:
Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirma que vê a conduta de Jair Bolsonaro como ilícita, inaceitável e severamente reprovável:
O denunciado era capaz à época dos fatos, tinha consciência da ilicitude e dele se exigia conduta diversa, sobretudo por se tratar de um parlamentar.
A denúncia reúne ainda outros discursos do parlamentar contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. A PGR também denunciou Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável, por uma ameaça a uma jornalista.


























