Em um artigo escrito diretamente da prisão e publicado nesta terça-feira (14) no jornal americano New York Times, o ex-presidente Lula defender sua candidatura ao dizer ter fé na justiça. O ex-presidente também afirma que o tempo está correndo contra a democracia:
Eu não peço para estar acima da lei, mas um julgamento deve ser justo e imparcial. Essas forças de direita me condenaram, me prenderam, ignoraram a esmagadora evidência de minha inocência e me negaram habeas corpus apenas para tentar me impedir de concorrer à Presidência. Eu peço respeito pela democracia. Se eles querem me derrotar de verdade, façam nas eleições. Segundo a Constituição brasileira, o poder vem do povo, que elege seus representantes. Então deixe o povo brasileiro decidir.
O artigo foi publicado um dia antes do encerramento do prazo previsto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o registro das candidaturas para as eleições de outubro. Por ter sido condenado em segunda instância por um órgão colegiado da Justiça, o TRF4, Lula está impedido de concorrer à Presidência pela Lei da Ficha Limpa. No entanto, o PT insiste em manter o seu nome na disputa – o plano B é ex-prefeito Fernando Haddad como candidato e a ex-presidenciável do PCdoB, Manuela D’Ávila como vice.
O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner alertou na segunda-feira (13) o partido sobre a necessidade de colocar em campo a estratégia de substituição de Lula, pois o PT não pode esperar “a vida inteira” para expor o ex-prefeito Fernando Haddad.

No artigo escrito ao New Yor Times, sob o título “Eu quero democracia, não impunidade”, o ex-presidente Lula reitera a tese de golpe “de direita em andamento no Brasil, mas ajustiça prevalecerá”. O petista lembra de ter sido o primeiro líder trabalhista a ser eleito presidente do Brasil, o que abalou o mercado financeiro. No entanto, o crescimento econômico tranquilizou o mercado.
Segundo Lula, o programa que implantou de desenvolvimento do País e inserção das classes mais pobres foi interrompido pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela sua prisão. “Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmera lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil”, diz Lula no texto.
Lula tece ainda críticas à gestão Temer e ao juiz Sérgio Moro, condutor da Lava Jato em primeira instância. Para o ex-presidente, o magistrado tem sido celebrado pela mídia de direita no Brasil e se tornou intocável. Embora preso “por razões políticas”, o petista reiterou concorrer à Presidência da República.
Por fim, Lula nega estar acima da lei, mas espera um julgamento justo e imparcial. E apesar de se classificar como candidato, reconhece que “o tempo está correndo contra a democracia”.




























