Governo do Irã admite abateu avião ucraniano com míssel por engano; acidente deixou 176 mortos

De acordo com o comunicado oficial, o avião foi confundido com um míssil de cruzeiro.

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, afirmou neste sábado (11) que o país “lamenta profundamente” ter abatido um avião civil ucraniano e que o ato representa “uma grande tragédia e um erro imperdoável”. Inicialmente, a informação divulgada afirmava que a queda do avião havia ocorrido por problemas mecânicos.

Porém, com o desenrolar das investigações sobre o fato, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, decidiu tornar pública a informação do abate acidente. Segundo o governo, o avião foi confundido com um míssil de cruzeiro. Em uma mensagem divulgada no Twitter, Rouhani afirmou:

O inquérito interno das forças armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados devido a erro humano provocaram a queda horrível do avião ucraniano e a morte de 176 inocentes.

Avião caiu pouco depois de decolar de Teerã (foto: Reuters/Nazanin Tabatabaee)

Ele ainda acrescentou que “as investigações continuam para identificar e levar à justiça aos responsáveis” e classificou o abate do avião como “uma grande tragédia e um erro imperdoável”. Em outro tweet, Rouhani disse que:

O Irã lamenta profundamente esse erro desastroso. Os meus pensamentos e orações vão para todas as famílias de luto. Ofereço as minhas mais sinceras condolências.

Até então, o Irã negava que havia sido responsável pelo acidente. No entanto, os Estados Unidos e o Canadá afirmaram, citando informações dos respectivos serviços de segurança, que o acidente havia sido causado por um míssil iraniano. E o jornal americano New York Times chegou a divulgar um vídeo que mostrava o momento em que o míssil atingia o avião.

O Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines, decolou de Teerã, com destino a Kiev, mas acabou caindo dois minutos depois da descolagem, ainda nos arredores da capital iraniana. O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

A aeronava, que seguia para Kiev, transportava 167 passageiros e nove tripulantes de várias nacionalidades, incluindo 82 iranianos, 57 canadenses, 11 ucranianos, dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos. Ucrânia e Canadá exigem investigação completa.

Equipes recuperam destroços de avião que caiu em Teerã (foto: AFP)

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammmad Javad Zarif, também apresentou “as desculpas” do país pela catástrofe envolvendo o Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines, depois de as forças armadas terem igualmente reconhecido que o avião foi abatido por erro.

Um dia triste. […] Erro humano em tempos de crise causada pelo aventureirismo norte-americano levaram ao desastre. Nosso profundo pesar, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e a outras nações afetadas.

O Estado-maior das Forças Armadas do Irã garantiu em comunicado à população do país que “o responsável” pela tragédia do Boeing, abatido na quinta-feira (9) nos arredores de Teerã, vai ser imediatamente apresentado à Justiça militar:

Garantimos que ao realizar reformas fundamentais nos processos operacionais ao nível das forças armadas, vamos tornar impossível a repetição de tais erros.

Restos do avião são vistos nos arredores de Teerã (foto: Reuters/Nazanin Tabatabaee)

Avião confundido com míssil

Mais cedo, a televisão estatal iraniana difundiu uma declaração militar que atribuía o abate da aeronave a um erro. O avião ucraniano voou perto de “um centro militar sensível” da Guarda Revolucionária. Devido às tensões com os Estados Unidos, os militares estavam no nível mais elevado de prontidão.

Nestas condições, devido a um erro humano e de uma forma não intencional, o avião foi atingido.

Mais tarde, um comandante da Guarda Revolucionária revelou na televisão estatal iraniana que o avião ucraniano foi confundido com um míssil de cruzeiro. Segundo o responsável da divisão aérea Amirali Hajizadeh, a aeronave foi abatida por um míssil de curta distância, que explodiu ao lado do avião. Em seu comunicado, Hajizadeh ainda acrescentou:

Quem me dera poder morrer e não assistir a um acidente como este.

Um soldado teria disparado sem ordem devido a um “congestionamento de telecomunicações”, disse o general.

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