A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde fazem parte de um consórcio que acaba de receber R$ 2,2 milhões para o combate à malária. A doação foi feita pela da Fundação Bill & Melinda Gates, no início desta semana. O dinheiro chega ao mesmo tempo em que cresce o número de pessoas infectadas na América Latina, depois de uma década de diminuição de casos, de acordo com a Fiocruz.

Uma das preocupações é o Brasil, onde o número de doentes cresceu 50% no primeiro semestre de 2018, em comparação com 2017, revela o pesquisador chefe da fundação, Marcus Lacerda. Ele coordena o consórcio com as 30 entidades nacionais e estrangeiras que receberam a doação da Fundação Gates, o Instituto Elimina.

Na América Latina, outra preocupação é a Venezuela, país que enfrenta crise econômica com reflexos na saúde e no aumento de infectados.

O pesquisador chefe do Instituto Elimina explicou:

Nessa primeira parte do projeto, vamos a campo fazer um diagnóstico dessa intolerância à medicação antimalária e observar como as pessoas lidam com esse novo diagnóstico.

Serão observados, além da reação dos pacientes ao teste, os custos e a efetividade do novo método na Amazônia, uma região particular por suas dimensões e especificidades.

As pessoas têm um teste novo para ser feito. Tem que furar o dedo. Elas têm maior dificuldade agora para usar o remédio [de malária]. Precisamos saber se vão aceitar, se acham que é uma boa, se o teste não retardará o tratamento, se quem faz o diagnóstico acha que é fácil ou difícil fazer o teste.

Os recursos internacionais vão especificamente para o projeto que prepara a população brasileira para receber, nos próximos dois anos, um novo medicamento para malária causada pelo plasmódio P.vivax, o tipo mais comum da doença no país. A organização internacional já investiu U$ 35 milhões na cura da malária na América Latina.

O investimento é importante para introdução do novo remédio, a tafenoquina, no sistema de saúde em pelo menos dois anos. O mais recente medicamento lançado nos últimos 60 anos, permite o tratamento da malária em dose única. Os atuais precisam ser tomados entre sete e 14 dias.