Segunda uma pesquisa recente divulgada pelo Datafolha, o candidato que receber o apoio público do presidente Michel Temer (MDB) – caso ele mesmo não concorra à reeleição – enfrentará sérios problemas.
Isso porque, de acordo com as informações divulgadas no jornal Folha de São Paulo, 86% dos entrevistados disseram que não votariam em um candidato apoiado pelo atual presidente. Outros 9% responderam que talvez votassem na indicação de Temer, e apenas 3% votariam com certeza em seu apoiado. Outros 2% não souberam responder.
A pesquisa também perguntou se os eleitores votariam em um candidato apoiado por outros ex-presidentes, como Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No caso do petista, 30% com certeza votariam em seu candidato e 16% talvez votassem. No universo de eleitores pesquisados, 52% não votariam na indicação de Lula. No caso do tucano, 66% não votariam em seu candidato, 21% talvez votassem e 10% com certeza votariam.
O fato é que, em todos os cenários em que Michel Temer aparece como candidato, sua intenção de voto varia entre 1% e 2%. E, desde que a reeleição foi estabelecida no Brasil, durante o primeiro mandato de FHC (de 1995 a 2002), nenhum presidente pré-candidato a um novo mandato apareceu nas pesquisas de março ou abril do ano do pleito em situação tão precária quanto as experimentadas agora por Temer.
Dilma Rousseff (PT) chegou em abril de 2014, ano que disputaria a reeleição, com 37% das intenções de voto. Antes dela, Lula chegou a abril no ano da reeleição, 2006, com 40%, também segundo o Datafolha na época. Com Fernando Henrique Cardoso foi parecido, e ele entrou em abril de 1998 com 34% das intenções de voto. Os três conseguiram se reeleger.
No mês passado, em entrevista à revista IstoÉ, o presidente declarou que seria “uma covardia” não disputar a reeleição em outubro.
É natural que quem preside a nação dispute a eleição. Eu até ouvi recentemente alguém me dizer que não disputar a reeleição seria uma covardia. Que eu teria me acovardado. Governar por dois anos e meio e não disputar a reeleição. O que seria um fato ímpar no país. Desde que foi criada a reeleição, todos disputaram.
Aliados avaliavam que Temer sentia-se confiante com a recuperação de indicadores da economia, que apontam retomada do crescimento. Ele acreditava também que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, entregue à responsabilidade do Exército, refletiria positivamente nas pesquisas e ajudaria Temer a alavancar suas intenções de voto.
Apesar do interesse publicamente manifestado em tentar a reeleição, Temer ainda não foi oficializado pelo MDB como pré-candidato e enfrenta a concorrência de seu ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que se filiou ao partido para tentar disputar o Planalto. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo neste domingo, Meirelles reiterou que não quer ser vice em uma eventual chapa encabeçada por Temer.
A pesquisa foi realizada de quarta-feira (11) a sexta-feira (13), com 4.194 entrevistas em 227 municípios, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.





























