O humorista Agildo Ribeiro morreu, aos 86 anos, em sua casa no Leblon, zona sul do Rio. Um dos grandes nomes do humor televisivo no país, o comediante teve uma longa carreira, que começou no teatro ainda nos anos 1950, passou pelo rádio e alcançou o auge na TV, onde foi um dos primeiros contratados da TV Globo e esteve à frente de programas como “Satiricom” (1973) e “Planeta dos Homens” (1976).
Seu mais recente trabalho foi uma participação no “Tá no Ar: A TV na TV”, da Globo, este ano.
Agildo sofria de um grave problema vascular e, após uma queda recente, vinha apresentando dificuldades para se manter em pé por muito tempo. A morte foi confirmada pela assessoria da TV Globo na manhã deste sábado (28).

Trajetória
Nascido no Rio de Janeiro em 26 de abril de 1932, em uma família de políticos e militares, começou a mostrar seus talentos para o humor ainda na escola, quando fazia sucesso com suas imitações. Saiu então do colégio militar direto para o teatro, onde iniciou a carreira artística. Sua estreia veio na peça peça, “Joãozinho Anda pra Trás” (1953), de Lúcia Benedetti, ao lado de Consuelo Leandro, Oswaldo Loureiro, Glauce Rocha e Sérgio Cardoso.
O sucesso no teatro –especialmente com o João Grilo da primeira montagem de “O Auto da Compadecida” (1957), de Ariano Suassuna– rendeu uma passagem pelo rádio e, logo em seguida, convites para atuar na TV.
Junto com Marília Pêra, com quem foi casado de 1965 a 1968, e Augusto César Vannucci, Agildo foi um dos primeiros artistas contratados pela Globo, inaugurada em abril de 1965. Sua primeira produção na emissora foi o musical “Forrobodó”, baseado na peça de Chiquinha Gonzaga, exibido no mesmo ano.
Conhecido como o “Capitão do Riso”, o humorista emplacou então produções que ficariam marcadas na memória da TV brasileira, como o programa de auditório “Mister Show” (1969), ao lado do ratinho falante Topo Gigio; “Satiricom” (1973), primeiro programa da TV Globo a satirizar a programação da própria emissora; e “Planeta dos Homens” (1976-1982), que apresentava ao lado de Jô Soares e onde criou um de seus personagens mais famosos, o o professor de mitologia tarado Aquiles Arquelau.
Na Globo, ele participou ainda de shows e humorísticos como “Chico City” (1973), a retomada da “Escolinha do Professor Raimundo” dentro de “Zorra Total” (1999) e o novo “Zorra” (2015).
O comediante trabalhou também na Band, em “Agildo no País das Maravilhas” (1987), no SBT, em “Não Pergunta que eu Respondo”, e na extinta Manchete, na novela “Mandacaru” (1997).
No cinema participou mais de 30 filmes, entre eles, “Crime no Sacopã” (1964), “Homem do Ano” (2003) e “Casa da Mãe Joana” (2008).
Em março, ele marcou presença no Prêmio de Humor, no Rio de Janeiro, organizado por Fábio Porchat, e foi o homenageado da noite.
Além do casamento com Marília Pêra, Agildo se casou outras quatro vezes, a última com a bailarina e atriz Didi Barata Ribeiro, com quem passou 35 anos, até a morte dela, em 2009. Ele deixa um filho.




























