A repercussão do ataque a tiros na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, pode contribuir para a ocorrência de crimes semelhantes, alertam especialistas. Segundo Antonio Serafim, diretor da área de neuropsicologia do Hospital das Clínicas:
A divulgação pode potencializar algumas pessoas mais vulneráveis, sugestionáveis a querer reproduzir essa ação.
A opinião é compartilhada pelo psiquiatra Daniel Martins de Barros, do Instituto de Psiquiatria, também do HC, e colunista do jornal O Estado de S. Paulo. “Eventualmente, pessoas que passam por situação semelhante começam a considerar a mesma hipótese.”
Nesta quarta-feira, após o ataque, vídeos e fotos das vítimas da tragédia repercutiram nas redes sociais. Para evitar o aumento de ataques, o psiquiatra diz que é importante não compartilhar esse tipo de material. Segundo ele, divulgar essas informações pode perpetuar o mesmo comportamento.
O neuropsiquiatra Dartiu Xavier, professor da Faculdade Paulista de Medicina, alerta que o caso deve ser tratado com distanciamento e respeito, sem banalização. A exposição às informações, diz, afeta as pessoas de maneira diferente e, por isso, é preciso cuidado.
Às vezes, um padrão de comportamento acaba sendo imitado. Isso vale para agressão e também para suicídio. Acaba servindo de estímulo.
Segundo Xavier, o episódio não deve ser omitido, mas é preciso atenção para não glamourizá-lo.
A gente copia muito esse modelo americano de glamourização da violência, e isso deveria ser combatido.



























