As reeducandas da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, e da Cadeia Pública de Nortelândia. estão confeccionando máscaras de tecido. O material produzido será utilizado pelas próprias detentas e também será enviado para outras unidades penais, caso o material necessário seja providenciado. O objetivo é viabilizar a proteção ao maior número possível de reeducandos e servidores, evitando a contaminação pelo novo coronavírus.
A ideia surgiu na Penitenciária Feminina, onde a diretora Maria Giselma Silva, que também é costureira, desenvolveu o projeto com quatro reeducandas. Em média, elas confeccionam 200 máscaras por dia.
Uma servidora nossa comentou que havia feito máscaras de tecido em casa para a família, então pensei que poderíamos fazer isso aqui, pois temos ateliê de corte e costura com os equipamentos necessários.

Desde semana passada, elas já produziram mais de 500 peças que, além do uso interno, contemplou servidores, outras unidades penais e familiares. Foram entregues 160 máscaras para distribuição às unidades penais do interior do estado; 50 para a Cadeia Pública do Capão Grande (Várzea Grande); além do Serviço de Operações Especiais (SOE) do Sistema Penitenciário. A Penitenciária Central do Estado (PCE) também teve interesse, forneceu o tecido e as reeducandas produzem em média 100 máscaras por dia para a unidade.
O grupo de teatro Cena Onze manifestou interesse em encomendar algumas unidades e adquirir a preço de custo. Além de fornecerem aos integrantes do grupo, que fazem trabalho comunitário, a intenção é doar às pessoas socialmente vulneráveis. Segundo a diretora:
Fico muito feliz em poder ajudar e ver como as recuperandas também se sentem bem sabendo da importância do trabalho delas neste momento, além de diminuir a ociosidade e obterem remição de pena.
Atualmente, a Penitenciária possui 196 mulheres presas.

Conhecimento multiplicado
Com o objetivo de ampliar a iniciativa, Maria Giselma ministrou uma oficina a oito reeducandas da Cadeia Pública de Nortelândia, no último final de semana, que já estão trabalhando na confecção de máscaras. Alguns materiais necessários, como linha, agulha e óleo para as máquinas foram doados pelo Conselho da Comunidade local. Já os recortes de tecido foram cedidos pela Malharia Hora H, localizada em Diamantino.
Segundo a diretora da Cadeia, Adriana Silva Duarte Ribeiro, a quantidade de material disponível será suficiente para fazer 240 máscaras de tecido, que possuem ainda um filtro de TNT aplicado. Desta forma, será possível atender não só a população carcerária da unidade, que é de 62 mulheres, mas também servidores e outras unidades penais de Mato Grosso. Ela também frisa a importância da parceria, viabilizada pelo compartilhamento do conhecimento e solidariedade entre os integrantes do Sistema Penitenciário.
Trabalhando em sintonia, conseguimos ainda proporcionar trabalho às reeducandas, elas têm se dedicado neste período de quarentena, que é delicado para todos nós, mas principalmente para elas, por conta da suspensão temporária de visitas e de trabalho extramuros.
As atividades internas nas unidades penais, como limpeza, manutenção, corte e costura, entre outras, continuam sendo desenvolvidas, com a devida observância ao distanciamento necessário entre as reeducandas, além das normas de higienização. Para cada três dias trabalhados, cada recuperanda cumpre um dia a menos de pena.



























