O Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), está recrutando voluntários para os testes em humanos da vacina CoronaVac contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O ensaio clínico para testar a eficácia do medicamento é coordenado pelo Instituto Butantan, de São Paulo. Cuiabá é um dos 16 centros, espalhados por 7 estados brasileiros, participantes do ensaio multicêntrico.
A vacina, esenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, é uma das 10 que no mundo todo se encontram na fase 3, a penúltima antes da aprovação. Até o momento, tem apresentado resultados promissores, segundo os pesquisadores do Instituto Butantan e demais estudiosos envolvidos no estudo.
Para quem tem interesse em participar do ensaio como voluntário, o contato com o HUJM deve ser realizado a partir dos telefones (65) 3615-7319 e (65) 98466-5246, ou WhatsApp (65) 98466-5246. Mais informações também podem ser obtidas através do e-mail: profiscov2cuiaba@gmail.com e imprensa.hujm@gmail.com. Todos os interessados devem responder ao questionário de avaliação disponível na página do Instituto Butantan.
Na capital mato-grossense, onde os testes começaram a ser realizados no dia 6 de outubro, a pesquisa é coordenada pelo professor Cor Jesus Fernandes Fontes, da Faculdade de Medicina da UFMT e pesquisador do Núcleo de Pesquisa Clínica do HUJM. Segundo ele, a CoronaVac já foi aplicada em mais de 10 mil profissionais da saúde no Brasil, sem a apresentação de nenhum evento adverso grave.
Um efeito adverso grave, por definição internacional, é toda manifestação relacionada ao produto que está sob investigação, pode ser medicamento ou vacina, que resulte em óbito, invalidez ou alguma anomalia.
A expectativa dos pesquisadores envolvidos na pesquisa da CoronaVac é de que o imunizante ofereça a proteção necessária, principalmente por utilizar uma tecnologia bastante tradicional: uma versão inativa do vírus, obtido de cultura de célula.
Isso significa que o vírus, inteiro, foi exposto ao calor e substâncias químicas até não ser capaz de se reproduzir e representar riscos ao paciente. Feito isso, a inoculação é feita no organismo, que desenvolve formas de combater a doença sem deixar o indivíduo enfermo. Segundo Fontes:
Esse vírus inteiro, ele tem a vantagem de induzir uma resposta imunológica mais alta, mais poderosa, porque o vírus vai completo no organismo da pessoa imunizada. É diferente de quando você dá uma partícula viral e você estimula uma resposta imune apenas contra essa partícula.
Atualmente, a fase 3 da CoronaVac está em testes no Brasil, mas antes de chegar até aqui ela passou por 3 outras fases, a pré clínica, fase 1 e fase 2, realizadas na China, que atestaram a segurança da continuidade dos estudos do imunizante.
No Brasil todo, a gente espera algo em torno de 15 mil participantes profissionais de saúde, que nós vamos acompanhar durante um tempo prolongado, além de observar a segurança, continuaremos observando eventos adversos. Se passar por essa fase e ela se mostrar eficaz, aí ela vai pra fase 4, onde será aprovada e comercializada.
Em Cuiabá, de acordo com o pesquisador Cor, o HUJM espera incluir aproximadamente 800 participantes voluntários nos testes. Até o momento apenas 160 voluntários, 20% do total esperado, foram cadastrados e por isso o HUJM segue com o recrutamento para novos participantes aberto.
Esses voluntários têm que ser profissionais de saúde que façam atendimento de pessoas com Covid-19 ou suspeitas de Covid-19 e que tenham conselho de classe.
Os pré-requisitos para voluntários interessados de Cuiabá são: atuar como médicos, enfermeiros, bioquímicos, farmacêuticos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, dentistas, com registro em conselho de classe, ter idade acima de 18 anos e sem limite superior de idade, desde que esteja atuando na atenção a pacientes com Covid-19. O voluntário pode ter ou não ter tido Covid-19 antes.



























