Já faz um bom tempo que a colonização de outros planetas deixou de ser apenas o tema de livros e filmes de ficção científica para se tornar assunto recorrente em artigos e debates científicos. Porém, antes que a Humanidade possa se lançar ao espaço, é preciso assegurar que homens e mulheres poderão sobreviver e se manter por longos períodos fora da Terra.
Isso porque, sem gravidade, os corpos esticam e os músculos se atrofiam. Mas será que mudanças fisiológicas também afetam a reprodução? Pensando nisso, a agência espacial americana enviou ao espaço amostras de sêmen humano e de touros para avaliar a função dos espermatozoides em microgravidade.
Por meio de comunicado, a NASA afirmou:
Nós ainda não sabemos como voos espaciais de longa duração afetam a saúde reprodutiva e esta investigação será o primeiro passo no entendimento sobre a viabilidade potencial da reprodução em condições de gravidade reduzida.
Em mamíferos, incluindo humanos, a fertilização ocorre quando o esperma nada em direção ao óvulo e se funde a ele. Mas antes disso acontecer, os espermatozoides precisam ser ativados para começarem a se mover. Depois disso, deve se mover rapidamente e sua membrana deve ficar mais fluida. Experimentos anteriores com ouriços do mar e sêmen de touros sugerem que a ativação do movimento acontece mais rápido em microgravidade, mas os passos em direção a fusão com o óvulo são mais lentos ou não acontecem. Atrasos ou problemas nesta fase podem impedir que a fertilização aconteça no espaço.

O experimento, coordenado pelo Centro de Pesquisas Ames da NASA, em Mountain Ville, na Califórnia, enviou para a Estação Espacial Internacional amostras de sêmen humano e bovino, que possuem características fisiológicas semelhantes, sendo que o esperma humano tem maior variação de mobilidade e aparência. Dessa forma, os espermatozoides bovinos servirão como um grupo de controle para a percepção de diferenças sutis no material das duas espécies.
No espaço, astronautas irão descongelar as amostras e adicionar substâncias químicas que desencadeiam a ativação do movimento do esperma e a preparação para a fusão com o óvulo. Por vídeo, será avaliado como o espermatozoide espacial se movimento. Depois disso, as amostras serão conservadas e retornadas à Terra, onde será avaliado se as etapas necessárias para a fusão aconteceram e se o sêmen apresenta diferenças em relação a espermatozoides ativados em terra.
Pouco se sabe sobre a biologia da reprodução no espaço e este experimento vai começar a preencher esta lacuna ao medir, pela primeira vez, quão boas são as funções do espermatozoide no espaço. Estudar a biologia reprodutiva no espaço é útil porque o ambiente de microgravidade único pode revelar processos e conexões não visíveis na gravidade da Terra.






























