Pensar é difícil. Pensar por conta própria, então, é mais difícil ainda. E é coisa rara nos dias de hoje. Quando vejo essa multidão de partidários gritando aos quatro quantos as ideias que outros disseram e que eles nem se deram ao trabalho de questionar, sinto que o mundo está perdido e que a humanidade não vale o esforço.
Mas, mesmo assim e eu me esforço. Não pela humanidade, já que eu não sou tão altruísta assim. Me esforço porque, se for pra errar, se for pra falar besteira, quero fazer isso por conta própria.
Eu já disse aqui que as todas as pessoas que tem alguma opinião, seja ela qual for, a construíram se baseando em outras ideias, ditas por outras pessoas. Isso é fato. Mas o problema vem quando você simplesmente aceita o que o outro diz, se se dar ao trabalho de pensar um pouco. De pesquisar e entender se aquilo é verdade ou não.
Pensar é difícil. E é por isso que certos candidatos fazem tanto sucesso nos dias de hoje. Por que eles incentivam seus eleitores a deixar de pensar com discursos do tipo: Eu vou resolver o problema do Brasil. Eu vou tirar as pessoas do SPC. Eu vou armar a população. Eu vou acabar com o desmatamento.
Mas, como vocês vão fazer isso, candidatos? Como?
Às vezes – e por as vezes entenda sempre – eu reclamo das pessoas que não tem capacidade de desenvolver o pensamento crítico e formular uma opinião. Elas ouvem, aceitam e acreditam. É difícil aceitar, mas eu até entendo porque acontece. Eu sei o que passa na cabeça deles.
Pensar é cansativo, dá trabalho e, na maioria das vezes, causa muitos problemas. Questionar, então, nem se fala. O problema é tão grande que tem gente querendo colocar um presidiário como candidato a presidente e todo mundo acha isso normal. Um presidiário!
“Ah, mas ele foi o melhor presidente do Brasil.”
Sim, dá pra ver onde o Brasil foi parar. É por isso que está tudo ótimo agora, né. E não venha me dizer que tudo piorou de um ano pra cá. A situação já está crítica há um bom tempo.
Mas, enfim… Não custa repetir: pensar cansa. Pensar com a própria cabeça cansa mais ainda e chega até machucar. E eu nem vou falar do tanto de inimigos que você ganha no Facebook. Mas vale a pena. O que importa, no fim das contas, é isso mesmo e eu não troco por nada o prazer que eu sinto por ser capaz de fazer minhas próprias escolhas. É assim que se aprende e é assim que se muda as coisas. E, se for preciso, eu aguento as consequências.
Mas… E você? Vai começar a pensar quando?






























