Uma discussão da vacinação contra gripe aviária sem a restrição de mercados para a carne de aves foi defendida nesta sexta-feira pelo ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro, na França.
Durante cerimônia na qual o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) o certificado de livre de febre aftosa sem vacinação, Fávaro disse que sugeriu que o Brasil receba uma conferência mundial de saúde animal em 2026 para que essa discussão possa ser feita.
“Para que possamos juntos discutir um modelo de sanidade animal de regionalização, da possível implementação de vacinas na questão da aviária, tudo isso sem restringir mercados, em acordo entre compradores e vendedores”, afirmou Fávaro.
Segundo ele, apenas um país que “tem protagonismo na sanidade animal pode propor uma conferência como essa”.
Por vacinar anteriormente rebanhos de bovinos contra a febre aftosa, ainda que não registrasse a doença, o Brasil enfrentou restrições de mercados mais exigentes.
Agora, com o certificado de livre de aftosa sem vacinação, um selo que indica menores riscos sanitários, há a expectativa de que o país avance em mercados como o Japão.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina e de frango.
Fávaro disse que o Japão, um mercado que compra produtos de maior valor agregado, já está fazendo certificações para reconhecer a sanidade da carne bovina brasileira.
Fávaro reafirmou que o Brasil conseguiu segurar o foco de gripe aviária em uma única granja comercial, registrado em meados de maio em Montenegro (RS).
O governo brasileiro e o setor privado esperam que a contenção do problema da aviária permita a recuperação de alguns mercados que colocaram embargos à carne de frango do Brasil.
Reuters