A Disney voltou a trás e decidiu abandonar o Premier Access em seus lançamentos futuros, priorizando a estreia de filmes apenas nos cinemas. A partir de agora, os filmes do estúdio serão lançados exclusivamente nos cinemas e, apenas 45 dias depois, serão disponibilizados no Disney+ sem a necessidade de pagamento extra de seus assinantes. A medida aconteceu após as recentes polêmicas envolvendo o sistema da plataforma de streaming, resultando até mesmo em processos judiciais.
Todos os grandes lançamentos cinematográficos do estúdio desde o início da pandemia acontecerá com o sistema híbrido: lançamento nos cinemas ao redor do mundo e Premier Access, onde as pessoas conseguem assistir ao filme sem sair de casa mediante pagamento de adicional na assinatura – no Brasil, o valor custa em média R$ 70,00. Algumas semanas após o lançamento, o filme fica disponível para todos os assinantes, sem necessidade de pagamento extra.
Bob Chapek, CEO da Disney, negou que a ação seja referente aos recentes acontecimentos, e disse apenas que é um experimento do estúdio para fazer com que as pessoas voltem aos cinemas como acontecia antes da pandemia. Porém, os Estados Unidos, principal mercado do estúdio, vê um aumento significante dos casos de Covid-19 entre os não-vacinados e por causa do avanço da variante Delta, fazendo com que esta seja uma aposta arriscada.
O primeiro lançamento com a nova modalidade será Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, com lançamento nos cinemas em 3 de setembro e no Disney+ apenas em outubro. Os Eternos, outro filme da Marvel que será lançado neste ano, deve ter o mesmo sistema de distribuição.
As polêmicas referente ao lançamento híbrido começaram quando a atriz Scarlett Johansson, a Viúva Negra, processou a Disney por causa do formado de distribuição. Em uma ação movida no mês de julho no Tribunal Superior de Los Angeles, os advogados da atriz alegam que o contrato da mesma foi violado quando o estúdio optou por esse lançamento diferente. Pela diminuição do impacto dos longas nas salas de cinema, a parte da remuneração que iria para a atriz também diminuiu consideravelmente.
Rumores apontavam que Emma Stone, que estreou Cruella, lançado no último mês de maio, também entraria com um processo contra o estúdio, mas o que aconteceu foi justamente o contrário: ela assinou um contrato para estrelar a continuação do filme, que deve chegar aos cinemas nos próximos anos.
A Disney não é o único estúdio a fazer lançamentos híbridos desde o início da pandemia. A Warner lançará todos os seus filmes até a metade de 2022 dentro da modalidade, mas sem cobrar taxas adicionais de seus assinantes da HBO Max. Porém, isto acontece apenas nos Estados Unidos e Canadá. Na América Latina, o lançamento acontece 45 dias após o lançamento nos cinemas, visto que o contrato de distribuição das obras possui divergências. Quando anunciaram a mudança, o estúdio pagou valores adicionais aos produtores para evitar desgastes e processo judiciais futuros.
