Policiais da DERF, a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos, prenderam um jovem de 18 anos por suspeita de envolvimento na morte de João Bento Espindola (44), assassinado com um tiro na cabeça enquanto dormia, no mês passado. O jovem preso é filho da vítima e, no dia do crime, ele havia sido levado como refém pelos criminosos.
Segundo o delegado Ugo Mendonça, responsável pela investigação, o acusado contou várias versões conflitantes sobre os fatos, o que aumentou ainda mais as suspeitas sobre ele:
Ele é um dos envolvidos. Há várias contradições nas primeiras declarações dele. […] O veículo tinha um disparo no para-brisa. Ele alegou que foi feito de fora para dentro, mas a perícia detectou que foi de dentro para fora. Inclusive a frieza dele no primeiro depoimento e agora, na prisão, também, quando fala da morte do pai.
Segundo o delegado, o caso não se enquadra em um latrocínio (roubo seguido de morte), uma vez que a situação ocorreu de forma inversa e praticamente nada foi roubado.
Eles resolveram levar os objetos depois de matar. Não levaram jóias, não levaram eletrodomésticos, o que é comum em roubos em residência. O veículo também foi abandonado. Eles levaram só um celular e uma arma de fogo. Inclusive o próprio jovem que está preso estava com uma corrente de ouro no pescoço que não foi levada pelos suspeitos.
A motivação do crime ainda não foi revelada, mas, segundo o delegado, por estar ligada com algum caso de violência doméstica. Justamente por isso, a ligação da esposa da vítima com o crime não foi descartada, embora seja pouco provável.
Eu não posso afirma isso [que ela tem envolvimento], mas também ainda não posso descartar. Ela também estava muita fria no depoimento. É possível que ela tenha envolvimento o esteja acobertando a situação por saber que o filho tem envolvimento.

Entenda o caso
O crime ocorreu no Jardim Violetas, no dia 26 de agosto de 2019. No momento, apesar de ser tratado com um assalto, já possuía elementos estranhos que levantaram a suspeita dos investigadores.
Segundo o depoimento da esposa de João Bento na época do crime, ela acordou com o som do disparo. Ao se levantar, viu os criminosos saindo do quarto rapidamente. Ela olhou para o lado e viu o marido sangrando. Um dos criminosos disse para a mulher não “se meter”, ou acabaria morta também.
Consta no Boletim de Ocorrências que os criminosos fugiram levando a camionete e um dos filhos do casal como refém. A Polícia Militar realizou buscas na região, mas não conseguiu localizar os criminosos na ocasião. Uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve na casa, mas o homem já estava morto.

























