O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, reuniu-se no começo da tarde de segunda-feira (13) com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis. No encontro, foram tratados vários temas, como a situação social da Venezuela, as cooperações militares, inclusive na área cibernética, e a retomada de um acordo de salvaguardas tecnológicas para utilização da Base de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, a cerca de 30 km de São Luís.
Segundo Silva e Luna, “os americanos estão mexendo na proposta” para viabilizar um acordo ainda este ano. Ainda de acordo com o ministro brasileiro:
O secretário de Defesa [James Mattis] se comprometeu, no mais curto prazo, a ajustar os detalhes para que o acordo fique conforme nossos interesses e seja entendido pelo país inteiro, pela sociedade, que é traduzido pelo nosso Congresso.
A base foi criada em 1983 para o Programa Espacial Brasileiro e é objeto de interesse dos Estados Unidos por causa da proximidade com a Linha do Equador, que possibilita a economia de combustível no lançamento de foguetes. Um acordo para uso norte-americano foi frustrado nos anos 1990 por causa da resistência do Congresso Brasileiro, que desejava um contrato que garantisse maior transferência de tecnologia e acesso a informações a operações no local.
De acordo com o ministro da Defesa, o Brasil tem interesse na produção de informações do satélite. Silva e Luna declarou aos jornalistas, após o encontro com o secretário de Defesa, sem especificar se o interesse brasileiro diz respeito à segurança, telecomunicações, clima e/ou meio ambiente:
Enfatizamos muito já que os Estados Unidos têm uma grande capacidade de informação na área, que é a de inteligência por meio de satélites de imagem. […] Na verdade, está se tratando não do que sai do chão, mas do que está no espaço. A preocupação é com o que está no espaço não é com o centro de lançamento em si, já que é um espaço livre e uma área que não ameaça a segurança das nações.
O acordo com os norte-americanos é defendido pela Agência Espacial Brasileira e pelo Comando da Aeronáutica. Em artigo recente, o comandante da Aeronáutica, Nivaldo Luiz Rossato, defendeu as negociações e o esclarecimento da população.
O país precisa saber que Alcântara não está à venda, não será arrendada e que tampouco haverá cessão de área ou qualquer outra ação que afete a soberania brasileira.




























