Alvo de constantes reclamações dos alunos, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de Sinop decidiu reunir seus representantes com os acadêmicos em uma audiência pública que ocorreu na última sexta-feira (27) para discutir os novos valores da política de alimentação estudantil.
O principal objetivo era resolver o empasse referente ao reajuste de 848% no valor cobrado. Porém, nada foi acordado. Isso porque, segundo Fernanda Trombetta Pedraça, representante da comissão de comunicação, não existe possibilidade de redução dos novos valores.
Dessa forma, foi definida a criação de uma comissão, que será composta por professores, técnicos e alunos. Essa comissão criará uma nova proposta de preços para ser apresentada a Universidade. A data da apresentação da proposta, porém, ainda não foi definida.
Na sexta-feira anterior (20), os estudante entraram em greve e passaram a protestar na entrada da UFMT com faixas e cartazes. Eles bloquearam a guarita da instituição com pneus e não permitiram a entrada de ninguém usando qualquer veículo.

Entenda o caso
A história começou em fevereiro, quando a instituição anunciou a ampliação do acesso gratuito aos que comprovassem renda de até 1,5 salário mínimo e acesso subsidiado para estudantes com outros fatores de vulnerabilidade socioeconômica, no limite do orçamento do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). Para os demais, o valor das refeições seria pago sem subsídio.
Isso causou uma enorme mudança na vida dos alunos. Atualmente, todos os estudantes do campus de Sinop pagam as seguintes quantia:
- Café da manhã – R$ 0,25
- Almoço – R$ 1,00
- Jantar – R$ 1,00
Seguindo esta base, o custo mensal com três alimentações diárias chega a R$ 50 por aluno. Porém, com as mudanças, os valores se alteram para:
- Café da manhã – R$ 2,35
- Almoço – R$ 9,48
- Jantar – R$ 9,48
Neste novo cenário, o custo mensal incluindo as três alimentações diárias chegará a R$ 473,52 por aluno. A estudante de Enfermagem do campus de Sinop, Fernanda Trombetta Pedraça, acredita que muitos alunos vão abandonar a instituição:
Sem diálogo necessário, ou um levantamento para representar a realidade, muitos vão deixar a universidade. Tem estudantes em situação de vulnerabilidade que não vão se enquadrar no perfil socioeconômico e não serão assistidos. Muitos farão a inscrição (para auxílio estudantil) e, por causa de R$ 50, não terão subsídios. Aí, tendo que cobrir o valor integral (das refeições), não terão condições. Outros nem sequer entrarão na faculdade, porque sabem que não irão conseguir se manter.




























