Um livro recente, escrito pelo ex-diretor do FBI, James Comey, tem causado muita polêmica nos EUA. Isso porque, na obra, ele compara a liderança exercida por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, com as das organizações mafiosas que costumava combater quando atuava como promotor público.
Tudo aconteceu depois que a imprensa americana decidiu antecipar alguns trechos do livro, chamado A Higher Loyalty (Uma Lealdade Superior, em tradução literal) de Comey, na útima quinta-feira (12). O livro ainda não foi lançado oficialmente, mas já está dando o que falar, uma vez que o ex-chefe da polícia federal americana acusou o presidente de ser antiético e de não prezar pela verdade.
Ele também enfatizou que a presidência é movida pelo ego e pela lealdade pessoal, chegando ao ponto de descrever Trump como um chefe da máfia que busca distorcer os limites entre a política e a aplicação da lei.
O círculo silencioso de consentimento. O chefe em completo controle. Os juramentos de lealdade. A concepção do mundo de nós contra eles. A mentira sobre todas as coisas, grandes e pequenas, ao serviço de algum código de lealdade que coloca a organização acima da moralidade e da verdade.
Segundo ele, todos esses fatores o fizeram “lembrar da época como promotor em Nova York, onde combatia organizações mafiosas”.
Comey também revela detalhes das decisões tomadas durante as investigações sobre os e-mails de Hillary Clinton, pouco antes das eleições presidenciais.
Donald Trump se pronuncia sobre o livro
Na manhã desta sexta-feira (13), o presidente americano decidiu falar sobre as críticas de Comey, através de seu Twitter.
James Comey é comprovadamente um VAZADOR E MENTIROSO. Praticamente todo mundo em Washington achava que ele deveria ser despedido por seu trabalho terrível – até que ele foi, de fato, demitido. Ele vazou informações CONFIDENCIAIS, pelas quais deveria ser processado. Ele mentiu ao Congresso sob JURAMENTO. É um fraco e mentiroso imoral que foi, como o tempo provou, um péssimo diretor do FBI. A maneira com que ele lidou com o caso da Desonesta Hillary Clinton, e os eventos que cercaram isso, irá para a história como um dos trabalhos mais mal feitos já realizados. Foi uma honra ter demitido James Comey!
O livro também menciona a obsessão por um relatório não verificado de um espião britânico. Nele consta que, em 2013, durante uma viagem para Moscou, Trump contratou várias prostitutas que foram levadas para a sua suíte no hotel Ritz Carlton e ordenado que urinassem nos colchões da suíte presidencial, a mesma onde o então presidente Barack Obama e a primeira-dama, Michelle, ficaram hospedados tempos antes.
Comey diz que Trump falou sobre o episódio, ao qual se referia como “a coisa da chuva dourada”, em pelo menos quatro ocasiões ao longo do pouco mais de quatro meses de convivência.
Comey foi demitido em maio de 2017 e em seu lugar entrou o procurador especial Robert Mueller, que passou a investigar o caso da suposta ingerência russa. Logo depois, o inquérito foi ampliado e ele passou a avaliar, entre outras questões, se o presidente cometeu crime de obstrução da Justiça ao demitir Comey.

























