Alguns dias atrás, o Weese publicou uma matéria referente a uma polêmica envolvendo o Facebook. O fato se deu durante a eleição presidencial americana de 2016, onde Donald Trump acabou eleito. Ao que tudo indica, boa parte da sua aprovação em redes sociais veio devido a ação de uma empresa de análise de dados chamada Cambridge Analytica, que teria usado os dados de 50 milhões de usuários em campanhas de publicidade sem autorização.
O Facebook se viu numa grande enrascada, uma vez que os dados de seus usuários foram usados e isso abalou sua segurança. A rede social suspendeu as contas relacionadas a Cambridge Analytica, mas o estrago já estava feito.
E você entende o que isso realmente representa para você, usuário final do Facebook? Sabe como seus dados podem ser usados por terceiros? Continue lendo, pois nós explicaremos tudo.
Comissão Federal do Comércio dos EUA
Primeiro, é importante entender o que o Facebook fez de errado nessa história. Ele não protegeu a privacidade da rede, o que acabou permitindo que os usuários usassem um app sem conhecimento da dimensão do acesso da ferramenta e como os dados seriam utilizados, prática que quebra um acordo feito em 2011 com a FTC, a Comissão Federal do Comércio dos EUA.
Esse acordo é a chave de toda a confusão e ele surgiu devido a um fato muito importante: em 2009, o Facebook foi acusado por diversas organizações de defesa do consumidor de violar dados dos usuários. Para escapar da punição, firmou compromissos com o órgão. Os principais compromissos são:
- Implementar um programa de privacidade para garantir a confidencialidade das informações;
- Ser mais franco e honesto com os usuários sobre como os dados são utilizados;
- São compartilhar com terceiros informações dos usuários.
O fato de a Cambridge Analytica ter tido acesso a informações de 50 milhões de pessoas, por meio de um app, indica que o Facebook não seguiu nenhum desses compromissos. Por causa isso, os dados foram comercializados por terceiros para fins políticos, sem o conhecimento dos usuários.
O aplicativo fazia perguntas pessoais, como quão extrovertida ou vingativa uma pessoa podia ser, se ela termina projetos, se gosta de arte. Um algoritmo buscava encontrar vínculos entre “amabilidade”, ou “neurose”, e gênero, idade, religião, hobbies, viagens, pontos de vista políticos específicos e uma série de outras variáveis. A partir dessas informações, que levantavam a personalidade de cada pessoa, eram enviadas mensagens, notícias e imagens pelo Facebook que atingissem pontos sensíveis de eleitores e os influenciassem a votar em Trump.
Por causa dessas violações, o facebook pode ser obrigado a pagar multas de até US$ 40 mil (mais de R$ 130 mil) por usuário afetado, o que daria um total de US$ 2 trilhões, cerca de quatro vezes o valor de mercado do Facebook.
Como essa história vai terminar, só o tempo pode dizer.


























